Você já se perguntou por que o exame de escolha para rastreamento de câncer de mama é a mamografia e não o ultrassom de mamas?
Eu te respondo! O câncer de mama em sua fase mais inicial não se manifesta como um nódulo, mas sim como um aglomerado de microcalcificações suspeitas.
EDIÇÃO 26
O que ocorre, é que essas calcificações, além de na maioria das vezes não serem palpáveis, também não são vistas no exame de ultrassom. Além de sua superioridade na capacidade de detecção de lesões muito iniciais, a mamografia é o exame com menor custo e maior sensibilidade para o rastreio. Essas características em conjunto são chanceladas pelo fato de a mamografia ser o único exame que é capaz de modificar mortalidade por câncer de mama.


A ideia de fazer esse exame, é detectar lesões pré-cancerígenas, ou cânceres muito iniciais, que podem ser tratados muitas vezes com apenas cirurgia associada à radioterapia, por exemplo. Quando se diagnostica a doença em fase de nódulo ou fase mais avançada (podendo apresentar metástases em outros órgãos) o tratamento geralmente é mais intensivo, prolongado e com chances de cura muito variáveis.


Francine Brasil
Ginecologista e Obstetra
CRM/SC 29643 | RQE 25427
A grande questão é quando e como fazer esse rastreio em pacientes jovens. Um ponto crucial relacionado ao tipo de exame, é que o diagnóstico precoce em mulheres jovens frequentemente é mais desafiador. A densidade mamária elevada, comum entre mulheres abaixo dos 40 anos, dificulta a detecção de nódulos através de exames convencionais como a mamografia. Por isso, nessa população especificamente, a ultrassonografia serve como uma ferramenta complementar devido ao tecido mamário denso, que geralmente é o caso de mulheres abaixo de 40 anos. Mesmo assim para as demais populações, não substitui a mamografia no rastreio sistemático.


